Uma série de artigos sobre alimentação e gravidez, de ressaltar a importância das frutas e vegetais que é referida nos vários artigos e estudos científicos mencionados.
Coma vegetais na gravidez
O brócolis deve ser consumido por grávidas freqüentemente
Marcela Barros
Gosto por legumes e frutas começa no útero, diz pesquisa | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Os bebês podem se acostumar a comer frutas e legumes mesmo antes de nascer, com a ajuda das mães, segundo uma pesquisa publicada na edição deste mês da revista americana Pediatrics. Segundo a pesquisa, liderada por Julie Menella, do Monell Chemical Senses Center, o gosto das frutas e legumes passa para o líquido amniótico, no útero, ainda durante a gravidez, e também para o leite materno, no período de amamentação. A cientista afirma que as crianças "aprendem" a gostar dos legumes e frutas por serem expostas ao gosto, com freqüência, desde pequenas. "Os sabores da dieta materna são transmitidos pelo líquido amniótico e pelo leite materno", diz. "O bebê aprende a gostar de determinados alimentos quando a mãe os ingere de maneira regular." Cenoura e vagem A cientista analisou como o gosto se desenvolve em bebês entre quatro e oito meses de idade. Em uma das experiências, Menella deu suco de cenoura para mulheres grávidas e mães que estavam amamentando, e seus filhos tiveram maior propensão a gostar do vegetal quando começaram a comer sólidos. Em outra experiência, a cientista ofereceu vagem aos bebês mais velhos, por oito dias seguidos. As mães dos bebês não comiam o vegetal com freqüência, quando grávidas ou amamentando. Inicialmente, a aceitação não foi boa, mas, ao fim do período, três vezes mais bebês estavam comendo o alimento. "Os bebês nascem sem gostar de sabores amargos" como brócolis ou couve de bruxelas, afirma Mennella. "Se as mães quiserem que seus filhos aprendam a gostar de vegetais, principalmente os verde escuros, elas precisam dar a eles oportunidades para provar essas comidas." http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071203_brocoliutero_ba.shtml Pesquisadores do Royal Veterinary College, na Grã-Bretanha, descobriram que quando ratazanas grávidas são submetidas a uma dieta baseada em biscoitos, batatinha frita e doces, seus filhotes comem mais alimentos insalubres. O estudo no British Journal of Nutrition demonstrou que o comportamento dos ratos foi "programado" no útero. Dietistas destacaram a importância de uma dieta balanceada para futuras mães. Os cientistas já demonstraram que, em seres humanos, dietas no princípio da vida podem, literalmente, definir nosso futuro, estabelecendo o risco de obesidade e doenças cardíacas. Mas os mais recentes estudos sugerem que, pelo menos em ratos, comer demais dos alimentos errados na gestação de uma criança pode ser potencialmente prejudicial para o futuro dela. As ratazanas utilizadas na pesquisa, financiada pelo Wellcome Trust, receberam uma dieta balanceada de ração - nada apetitosa, mas razoavelmente saudável - ou tiveram acesso a biscoitos, bolos, donuts, doces e batatinha frita, podendo comer o quanto quisessem. A dieta prosseguiu em alguns ratos até o parto e, durante o período de amamentação. Os ratos que tiveram acesso a junk food comeram mais, de maneira geral. Seus filhotes demonstraram diferenças claras de comportamento em relação aos filhotes dos ratos que receberam ração. Os pesquisadores sugeriram que as "substâncias químicas do prazer" liberadas pela mãe quando comia alimentos gordurosos pode ter afetado o desenvolvimento do cérebro do feto. Neil Stickland, chefe da pesquisa, disse que "o governo está tentando encorajar hábitos saudáveis de alimentação nas escolas, mas isto demonstra que nós precisamos começar isso durante o período fetal e de amamentação". "Futuras mães deveriam estar cientes de que gravidez e lactação não são o momento para exagerar em alimentos gordurosos ou adocicados, achando que estão 'comendo por dois'." http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070815_gostohereditario.shtml A falta de membros e corações malformados são alguns dos problemas que podem ser causados pelo excesso de peso da mãe, segundo os pesquisadores da University of Texas, em Houston. Estudos anteriores feitos em menor escala já haviam sugerido uma conexão, mas o trabalho americano é considerado o maior e mais abrangente já feito sobre o assunto. Os pesquisadores entrevistaram mais de 15 mil mães ao longo de um período de cinco anos - 10 mil que haviam tido bebês com problemas e outras cinco mil, que deram à luz crianças saudáveis. Elas tiveram de informar aos cientistas o peso e a altura que tinham quando ficaram grávidas. Com base nessas informações, a equipe da University of Texas concluiu que sete tipos de problemas eram mais comuns em bebês de mulheres obesas. São condições como espinha bífida (falha na formação das vértebras na coluna do feto), anormalidades genitais e de intestino, além de atrofia ou falta de dedos dos pés e das mãos, braços e pernas. Risco Os pesquisadores ressaltam, porém, que embora o estudo reforce a necessidade de se manter um peso saudável, o risco de ter um bebê com problema congênito é baixo mesmo para mulheres obesas. Kim Waller, que liderou o estudo, diz que os resultados sugerem que o risco de ter bebês com graves problemas congênitos aumenta de 3%, no caso de mulheres de peso saudável, para 4%, entre as obesas. A equipe de Walker não tem uma explicação conclusiva sobre os resultados, que precisarão ser analisados em outro estudo. Podem ser conseqüência direta da obesidade, mas também podem estar relacionados a outros fatores, como, por exemplo, a dieta de mulheres obesas. Para o professor Nick Wald, do Insituto de Medicina Preventiva de Wolfson, na Grã-Bretanha, os problemas detectados no estudo podem não estar relacionados ao peso da mãe. Segundo ele, a incidência de casos de espina bífida tem sido reduzida com melhor nutrição das mães, particularmente com o acréscimo de ácido fólico à sua dieta. "As mulheres nesse estudo podem não estar tendo uma ingestão nutricional adequada", sugere Wald. "E embora eles tenham tentado excluir o diabetes, pode ter havido muitos casos de diabetes tipo 2 que não foram detectados e se sabe há muito tempo que é um um fator de risco na gravidez." http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070807_obesidadebebes_cg.shtml Ao perder muito peso em um curto espaço de tempo, como muitas mães fazem atualmente logo depois de dar à luz, elas estariam prejudicando a saúde do seu próximo bebê. Por outro lado, os especialistas advertem que um ganho acentuado de peso logo depois de ter um filho também é nocivo para o desenvolvimento de um outro feto. Partos com o bebê morto, nascimentos prematuros, abortos espontâneos e pressão alta estão entre os possíveis efeitos de uma variação exagerada no corpo da mãe, de acordo com o alerta do BMJ. Peso saudável Os autores do estudo são a especialista em obstetrícia e ginecologia Jennifer Walsh, da divisão de um hospital especializado na saúde da mulher em Dublin, na Irlanda, e Deirdre Murphy, professor de obstetrícia da Universidade de Dublin. Segundo Walsh e Murphy, as mulheres têm de tentar manter um peso saudável antes, durante e depois da gestação para dar às suas crianças um começo de vida com saúde. "Mulheres em idade reprodutiva são bombardeadas com mensagens sobre dietas, peso e imagem corporal", alertaram. "Há uma crescente preocupação com uma epidemia de obesidade, por um lado, e, do outro, com uma cultura que promove como desejável o 'tamanho zero', independentemente da constituição natural de uma mulher." Os médicos dizem ainda que a gravidez é um dos períodos mais exigentes da vida de uma mulher do ponto de vista nutricional e que a oferta adequada de nutrientes é essencial para sustentar o bem-estar e o crescimento do feto. Eles citam dois estudos que mostram os possíveis efeitos de flutuações extremas de peso. O primeiro, feito na Suécia, consistiu em acompanhar mais de 200 mil mulheres entre 1992 e 2001 a fim de avaliar os impactos de mudanças no índice de massa corpórea (BMI, na sigla em inglês) na saúde da mãe e do bebê. As mulheres que participaram do estudo foram acompanhadas do início da primeira gestação ao início da segunda. A conclusão foi que o aumento de apenas uma ou duas unidades no BMI acarreta "taxas significativamente maiores" de pre-eclampsia, condição ligada à pressão alta durante a gravidez; aumento nos índices de diabetes entre as mães e maior risco de um bebê nascer com um peso acima do recomendável. Uma pessoa com BMI superior a 25 é considerada "acima do peso"; quem tem mais de 30 já é considerado "obeso". Um ganho de peso equivalente a três ou mais unidades de BMI aumenta "significativamente" os índices de natimortos, segundo os especialistas. Segundo os médicos, o aumento de riscos é independente de as mulheres já estarem acima do peso. Publicado no American Journal of Obstetrics and Gynaecology (Revista Americana de Obstetrícia e Ginecologia), o outro estudo citado pelos especialistas conclui que mulheres que emagreciam muito entre um filho e outro tinham mais chances de dar à luz prematuramente do que mulheres que aumentaram ou mantiveram seu peso. A principal mensagem que querem passar, disseram os médicos, é que mulheres de peso médio devem evitar ganhar peso entre uma gravidez e outra. Além disso, mulheres que estão acima do peso podem se beneficiar de uma perda de quilos antes de uma outra gravidez. No entanto, destacam os autores, perdas de peso muito acentuadas devem ser evitadas por causa dos riscos de partos prematuros e do nascimento de bebês abaixo do peso recomendável. http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/07/070727_gravidasdieta_cg.shtml |
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