terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Doenças de animais algumas transmissiveis ao homem

Estudos que evidenciam a transmissão de doenças dos animais para o homem, a presença de antibióticos no tratamento dos animais (consequentemente passarão para o homem tb)...artigos copiados integralmente.




Leptospirose pode afetar a produção de carne e leite
Vanessa Castro
A leptospirose, zoonose bacteriana, é transmissível naturalmente entre animais vertebrados e o homem. Tem ampla distribuição geográfica e está presente em todo o mundo, particularmente em países de clima tropical a subtropical, principalmente nos períodos de altos níveis pluviométricos. O gênero Leptospiratem grande capacidade de sobrevivência em ambientes úmidos, aumentando o risco de exposição e contaminação de animais susceptíveis, tanto silvestres quanto domésticos.

A importância dos animais silvestres na manutenção das leptospiroses em seu habitat natural é grande. As trocas que ocorrem na ecologia humana e animal quando da colonização de determinada área podem favorecer a transmissão dessa zoonose ao homem, pois propiciam um contato deste e dos animais domésticos com os focos originais de infecção. O desmatamento e a ocupação pelo homem, juntamente com a introdução de animais domésticos, de novas áreas, tendem a originar um ecossistema constituído de diferentes biocenoses¹ que podem influenciar a difusão de zoonoses e doenças infecciosas de modo geral.

Dessa forma, a infecção da leptospirose é determinada por alguns fatores, como: as espécies animais de contato, os sorovares² existentes na região e as condições ambientais e climáticas, além do manejo e das oportunidades de infecção direta ou indireta.

Nos animais de produção, a maior importância da leptospirose é de ordem econômica, por influenciar o potencial reprodutivo do rebanho. Nos bovinos, especificamente, as perdas econômicas causadas pela leptospirose estão direta ou indiretamente relacionadas às falhas reprodutivas, como a infertilidade e o abortamento, e à queda da produção de carne e leite, além de custos com despesas de assistência veterinária, vacinas e testes laboratoriais.

Nas criações, a disseminação da leptospira é caracterizada pela presença de animais doentes ou portadores assintomáticos que eliminam o agente pela urina e descargas cérvico-vaginais, além dos fetos abortados e placenta, mantendo a doença endêmica na propriedade. As leptospiras que são eliminadas na urina de animais infectados persistem no meio ambiente por tempo variável, de acordo com as condições de umidade, temperatura e pH.

A urina é a principal fonte de infecção, sendo os roedores, além de outros animais domésticos e silvestres, os principais reservatórios.

O controle da leptospirose é necessário para prevenir a doença clínica e as perdas econômicas, bem como minimizar o risco de infecção humana.

Uma das formas de controle da leptospirose depende da diminuição da prevalência da infecção por sorovares mantidos na população e da diminuição do grau de associação ecológica das leptospiras mantidas por animais de vida livre. Na prática veterinária, baseia-se na vacinação sistemática do rebanho, tratamento de animais doentes com antibioticoterapia, controle dos roedores nas propriedades e eliminação de excesso de água do ambiente.

O Instituto Biológico (IB-APTA), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, realiza o diagnóstico desta importante zoonose através de diferentes técnicas, como o isolamento da bactéria a partir de material clínico dos animais. Mas depende da viabilidade do agente; a PCR, que detecta a presença do DNA bacteriano em tecidos, além da Soroaglutinação Microscópica, prova de referência pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para pesquisa de aglutininas em soros de animais e humanos.

O diagnóstico clínico, por sinais e sintomas, é empírico, havendo a necessidade da sua confirmação laboratorial. Por isso, informações epidemiológicas podem orientar para a suspeita de leptospirose, como a deficiência reprodutiva dos plantéis, a presença de roedores, manejo sanitário de rebanhos e fatores ambientais e climáticos.

¹ Associação de comunidades que habitam um ambiente ou ecossitema comum. A biocenose de uma floresta, por exemplo, compõe-se de populações de arbustos, árvores, pássaros, formigas, microorganismos etc., que convivem e se inter-relacionam. 
² Subdivisão das espécies do gênero Leptospira

Origem: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - Apta - www.apta.sp.gov.br



Vanessa Castro possui graduação em Ciências Biológicas (1997) e mestrado pelo Departamento de Epidemiologia Experimental e Aplicada às Zoonoses, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (2006). Atualmente é Pesquisador Científico do Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução, Instituto Biológico - SP, atuando principalmente nos seguintes temas: zoonoses, doenças bacterianas da reprodução, leptospirose, diagnóstico.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4231483294400064



Varíola bovina
Liria Hiromi Okuda
A varíola bovina é uma doença infecto-contagiosa, de etiologia viral caracterizada por lesões cutâneas em vacas lactentes, bezerros e no homem. Destaca-se sua importância como diferencial de doenças confundíveis com febre aftosa e por ser zoonose.
Esta doença pode ser causada por duas espécies do gênero Orthopoxvirus, subfamíliaChordopoxvirinae da família Poxviridae: o vírus da varíola bovina (cowpoxvirus) e vírus vaccinia. Dentro desse gênero também estão classificados o vírus da varíola humana (smallpox - erradicada na década de 80), o vírus do macaco (monkeypox), entre outros (Fig. 1). Seu genoma é composto de DNA de fita dupla, simetria complexa envolvido por envelope lipoprotéico e se replica no citoplasma da célula hospedeira, característica única dentre os DNA vírus de fita dupla.

A varíola bovina, classicamente, é causada pelo cowpoxvirus, presente nos países da Europa, região oeste da Rússia e na Ásia (regiões central e norte) acometendo bovinos, felinos e, eventualmente, o homem. Os roedores silvestres são incriminados como reservatórios do vírus.
cowpoxvirus foi, inicialmente, selecionado para a produção da vacina contra a varíola humana, pois provocava uma reação local branda, mas imunogênica e que conferia proteção contra esta doença, que era fatal e chegou a dizimar nações.
Posteriormente, passou-se a imunizar a população mundial com o vírus vaccinia, até a completa erradicação da varíola humana, que ocorreu na década de 80. Após a sua erradicação, essa estirpe viral foi destruída dos laboratórios no mundo todo ficando somente os Estados Unidos e Rússia como detentores dessa estirpe, devido ao risco dessa ser usada como arma biológica. A origem do vírus vaccinia é controversa. Supõe-se que seja derivada do cowpoxvirus e que durante o processo de produção da vacina sofreu mutações.
Já no Brasil vive-se uma situação totalmente diferente quanto à etiologia da varíola bovina. Esta é causada pelo vírus vaccinia, sendo os primeiros casos detectados na década de 90. Atualmente, a varíola bovina é endêmica, com casos confirmados nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo (dados do Laboratório de Viroses de Bovídeos – Instituto Biológico). Os roedores são apontados como possíveis reservatórios do vírusvaccinia, pois já foi detectada a presença desse agente em roedores silvestres na floresta amazônica e paulista, na década de 60. Entretanto, se desconhece o papel de outras espécies domésticas e silvestres que poderiam atuar como reservatórios, garantindo a manutenção do vírus na natureza. Diversos problemas são acarretados pela varíola bovina no setor produtivo, principalmente, a cadeia produtiva de leite:

• Afeta o comércio interno e externo: por se tratar de doença vesicular, as propriedades são interditadas e fica vetada a comercialização dos animais e subprodutos até a confirmação do diagnóstico laboratorial;

• Reduz a produção e produtividade devido à dificuldade em ordenhar e amamentar os bezerros

• Pode ocasionar mastites;

• Eleva os custos com tratamentos dos animais acometidos.
 

Casos de varíola bovina são comumente associados a propriedades não tecnificadas e que não adotam medidas de biossegurança propiciando a manutenção do vírus no ambiente.
A transmissão ocorre por contato direto: o bezerro adquire a infecção ao mamar e as vacas ou o homem se infectam na ordenha, sendo a manual, associada ao tipo de manejo (semi-intensivo ou intensivo), o principal fator de risco na disseminação da doença no rebanho. Equipamentos de ordenha, bem como fômites (qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos) e caminhão do leite também podem atuar como veiculadores. Em alguns casos, a transmissão da doença entre rebanhos é atribuída ao próprio ordenhador que, se estiver infectado, acaba carreando o agente para a propriedade vizinha ou vice-versa.
 

Patogenia e sinais clínicos
 

Nos animais e indivíduos infectados ocorre inicialmente formação de uma mácula que evolui para pápula e, após dois a três dias, presença de pústulas e crostas, que são bastante resistentes no ambiente, mesmo secas (acima de um ano). Nas vacas lactentes as lesões estão localizadas nos tetos e, eventualmente, no úbere e em bezerros, no focinho, boca e gengiva. Em humanos localiza-se, principalmente, na mão e pode passar para o antebraço e rosto.
É importante ressaltar que o vírus não penetra em pele íntegra, sendo necessário um ferimento, uma solução de continuidade para que se estabeleça a infecção. As lesões são benignas e localizadas; a cura ocorre entre sete a 10 dias, mas em humanos pode estender por meses. A severidade da doença depende da condição imunológica do indivíduo. Infecções intercorrentes ou imunossupressoras facilitam a instalação e o agravamento da enfermidade.
Os sinais clínicos observados são lesões nos tetos com sensibilidade ao toque, dificultando a ordenha. Os tetos servem como porta de entrada para outros patógenos, sendo comumente relatados, casos de mastite. Em humanos, pode ocorrer reação sistêmica como náusea, febre e linfoadenopatia (aumento dos linfonodos), acarretando em licenças-saúde e tratamento. Tanto nos animais como no homem, a imunidade é duradoura (por anos), não sendo observados casos reincidentes.
Diagnóstico
O diagnóstico conclusivo da varíola bovina é sempre laboratorial, não sendo possível fechar com base no tipo de lesão, nos sinais clínicos e espécies envolvidas. Estas informações são apenas sugestivas embora bastante indicativas da doença. Por se enquadrar nas doenças confundíveis com febre aftosa, o serviço veterinário oficial deve ser notificado, e este procederá a colheita e a remessa do material, primeiramente para o LANAGRO, órgão responsável pelo diagnóstico de febre aftosa e estomatite vesicular. Somente após o resultado negativo dessas duas enfermidades é que outros laboratórios poderão realizar o diferencial de doenças vesiculares, como o Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico.
É recomendada a colheita de soro e epitélio para análise criteriosa do diagnóstico. A pesquisa de anticorpos específicos contra o vírus da varíola bovina é feita por vírus-neutralização e tem por finalidade avaliar se o animal entrou em contato com esse agente. Resultados negativos devem ser interpretados com cautela, pois o animal pode estar em fase de incubação, não sendo possível detectar ainda os anticorpos neutralizantes. Nesses casos recomenda-se nova colheita de soro, após 20 dias da primeira análise (avaliar a soroconversão).
A detecção do vírus pode ser realizada por isolamento viral, microscopia eletrônica, PCR, RFLP e PCR em tempo real, ressaltando que somente as técnicas moleculares confirmarão o agente envolvido na varíola bovina: cowpoxvirus ou vaccinia.
É importante salientar que a participação dos veterinários do serviço oficial tem sido fundamental para a confirmação dos casos de varíola bovina devido ao pronto atendimento ao foco e colheita adequada do material para diagnóstico.
Diagnóstico diferencial
Devem-se pesquisar outros agentes envolvidos nos quadros de doença vesicular, quando descartados a febre aftosa e estomatite vesicular:

• Pseudovaríola bovina ou nódulo dos ordenhadores;
• Mamilite herpética bovina;
• IBR/IPV;
• BVD;
• Febre catarral maligna.
 

Tratamento
Não existe tratamento específico e nem vacina contra a varíola bovina, somente terapia de suporte.
Para o tratamento das lesões indica-se aplicação de solução iodada glicerinada 10% ou permanganato de potássio 3%; aguardar, no mínimo, 2 horas pós-tratamento para os bezerros serem amamentados.
Antibioticoterapia é recomendada para prevenir infecções secundárias.

Profilaxia e controle

• Os animais acometidos devem ser imediatamente isolados dos sadios;

• Recomenda-se uso de luvas durante o tratamento e o manejo com os animais ou indivíduos acometidos;

• As vacas infectadas devem ser ordenhadas no final para evitar contaminação dos utensílios da ordenha e a transmissão para os suscetíveis;

• As medidas de desinfecção dos tetos pré e pós-ordenha e dos utensílios são fundamentais para prevenção e controle de doenças, sendo o hipoclorito de sódio (1 a 15% de cloro ativo) e iodo desinfetantes eficazes e de baixo custo;

• Para desinfecção do ambiente recomenda-se uso de produtos a base de derivados fenólicos, iodo ou cal;

• Em alguns casos relata-se que o caminhão do leite foi o responsável pela disseminação da varíola bovina entre propriedades, demonstrando a importância da desinfecção de veículos antes de sair da fazenda.
 

Portanto, a adoção de medidas de biossegurança como quarentena (ao introduzir animais novos não colocar no mesmo piquete dos animais da propriedade), restrição de pessoas e veículos, proteção do alimento e da água fornecida aos animais (não atrair roedores, por exemplo), uso de luvas e currais sempre limpos são importantes para evitar a introdução de doenças no rebanho e contaminação do ambiente.
Literatura consultada
Fernandes, T. The smallpox vaccine: its first century in Brazil (from the Jennerian to the animal vaccine). História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v.6, p.29-51, 1999.

Ferreira, J.M.; Abrahão, J.S.; Drumond, B.P.; Oliveira, F.M.; Alves, P.A.; Pascoal-Xavier, M.A.; Lobato, Z.I.; Bonjardim, C.A.; Ferreira, P.C.; Kroon, E.G. Vaccinia virus: shedding and horizontal transmission in a murine model. Journal of General Virology, v.89, n.12, p.2986-2991, 2008.

Trindade, G.S.; Emerson, G.L.; Carroll, D.S.; Kroon, E.G.; Damon, I.K. Brazilian vaccinia viruses and their origins. Emerging Infectious Diseases, v.13, n.7, p.965-972, 2007.

Van Regenmortel, M.H.V.; Fauquet, C.M.; Bishop, D.H.L.; Carstens, E.B.; Estes, M.K.; Lemon, S.M.; Maniloff, J.; Mayo, M.A.; Mcgeoch, D.J.; Pringle, C.R.; Wickner, R.D. (Eds.). Family Poxviridae. In: Virus Taxonomy: the classification and nomenclature of viruses. 7th Report. Chapter 00.058. San Diego: Academic Press, 2000. 1167p.

Wellenberg, G.J.; Van Der Poel, W.H.M.; Van Oirschot, J.T. Viral infections and bovine mastitis: a review. Veterinary Microbiology, v.88, n.1, p.27-45, 2002.

Origem: Instituto Biológico - www.biologico.sp.gov.br

Liria Hiromi Okuda possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista (1994) e mestrado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é pesquisador científico do Instituto Biológico, Centro de P&D de Sanidade Animal. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Saúde Animal (Programas Sanitários), atuando principalmente nos seguintes temas: doenças virais da reprodução (IBR/IPV, BVDV), Febre Aftosa, Estomatite vesicular, poxvirus, língua azul, leucose bovina e neospora caninum.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4546671040397891 

Contato: okuda@biologico.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

OKUDA, L.H.  Varíola bovina. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_2/variola/index.htm>. Acesso em: 26/1/2010







Fungos em peixes e anfíbios: diagnóstico, prevenção e tratamento
Marcio Hipolito
Os fungos são um grupo de organismos chamados heterotróficos, pois podem usar matéria viva ou morta para crescimento e reprodução. Não são plantas, portanto, são incapazes de produzir seu próprio alimento por fotossíntese. Podem ser encontrados em qualquer ambiente – água salgada ou doce, em baixa ou alta temperatura e, em muitos casos, possuem um valor ecológico, pois processam restos orgânicos em decomposição.
Entretanto, os fungos podem ser um sério problema para peixes e anfíbios quando estes se encontram estressados ou doentes por diversos motivos: condições ambientais inadequadas; falhas nutricionais; condições higiênicas sanitárias deficientes; má qualidade da água ou quando feridos. Em todas estas situações de fragilidade orgânica ou de lesão tecidual, os fungos podem infectar os peixes e anfíbios, podendo também invadir as ovas e os ovos destes animais.
Os fungos são agrupados pela morfologia de seus vários estágios de vida. Todos produzem esporos e é por meio destes que a sua presença e, em alguns casos, as doenças causadas por eles são disseminadas. Os esporos são resistentes ao calor, à seca, à desidratação, a desinfetantes e às defesas naturais dos peixes e anfíbios.
Por natureza, esses micro-organismos não são agentes patogênicos primários para os peixes e anfíbios e não apresentam um comportamento epidêmico. Seu processo agressivo está sempre associado a prévias condições estressoras, ferimentos, de debilidade orgânica ou doença presente na criação animal e a principal via de transmissão é pelo ambiente contaminado ou alterado.


As principais doenças em peixes são: 

Saprolegniose (micoses dérmicas): comumente causada pelos fungos Saprolegnia, AchlyaAphanomycesDictyuchus, chamados de “mofos aquáticos”. Apresentam zoósporos que, por serem biflagelados, “nadam” à procura do hospedeiro. Os peixes, de todas as idades, quando acometidos por micoses dérmicas apresentam alterações no seu comportamento natatório, assumindo posições não compatíveis com sua natureza. Podem comprometer todo o corpo do animal, envolvendo-o com seu talo vegetativo miceliano, caracterizado como “algodão”, inicialmente branco que, posteriormente, pela sujidade, passa a ter coloração marrom. Esses fungos afetam principalmente animais debilitados ou feridos e podem também comprometer animais sadios quando a temperatura está abaixo do limite térmico de conforto da espécie, quando a água apresenta qualidade muito baixa ou com excesso de matéria orgânica, ou ainda quando ocorre alta densidade de peixes, comprometendo toda a população, além da mortalidade dos ovos. A micose dérmica é uma das mais perigosas doenças secundárias na criação de peixes e é muito bem conhecida entre os criadores de espécies ornamentais.

Branquiomicose: causada pelo fungo Branchiomyces sp., essa doença é conhecida, principalmente na Europa e nos EUA, como “necrose das guelras” (gill rot) e também está associada à baixa qualidade da água e pH ácido. Tem como principais sintomas a letargia, o boqueamento na superfície (asfixia) e depois as lesões nas guelras.

Ictiofiríase: doença ocasionada pelo agente Ichthyophonus hoferi, associado a baixas temperaturas. Por ser transmitida através da ingestão, esta doença não apresenta sinais externos, podendo a pele, em casos severos, assumir uma textura semelhante a “lixa”, devido às lesões sob a pele e musculares, além de apresentar curvatura da espinha e internamente os órgãos assumirem uma coloração cinza.

Outros fungos, como Rhizopus sp., Dermocystidium sp., Exophiala sp., Hyphomycetes, etc, também podem causar doenças e um dos fatores de susceptibilidade dos peixes a esses agentes é a retirada de parte de seu muco protetor.


As principais doenças em anfíbios são: 

Quitridiomicose: causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis que se desenvolve em células queratinizadas, causando hiperqueratose e consequente morte por interferência nos processos respiratório e hídrico. Esta doença está associada ao declínio mundial de anfíbios, principalmente nos silvestres e recentemente na rã-touro.

Cromomicose / Cromoblastomicose: com ocorrência em rã-touro e outros anfíbios, estas doenças são causadas pelos agentes Cladosporium sp. e/ou Curvularia sp. que ocasionam a cromomicose ou cromoblastomicose, apresentando granulomas na pele e vísceras com hifas pigmentadas.

Saproleniose: micose dérmica causada pelos fungos Saprolegnia sp. e Achlya sp., ocorrendo principalmente em girinos de rã-touro.

Mucormicose: causa granulomas viscerais em anfíbios silvestres.

Podem ser citadas ainda outras doenças como Ficomicose; Aspergilose; Basidiobolomicose; uma infecção semelhante a Ichthophorus , em anfíbios silvestres; Aspergillium sp., Candida sp. e Penicillium sp. em rã-touro; Dermocystidium sp. e Dermosporidium spp. em anfíbios silvestres, estando estes dois gêneros ainda em uma classificação incerta, sendo considerados por alguns pesquisadores como protozoários.
 

Diagnóstico
O diagnóstico basea-se na presença “visível” do agente, como o crescimento miceliano (presença de hifas); nas lesões de pele, boca e guelras; no exame das ovas e ovos para verificar o crescimento fúngico; nos exames histopatológicos e histoquímicos; na morfologia do agente e na cultura micológica em meios apropriados. Ainda, as condições ambientais também devem ser estudadas visando sua associação com a ocorrência da doença.
Prevenção
Pode ser feita através de medidas como o descarte e/ou o isolamento de animais infectados; manutenção das boas condições higiênico-sanitárias das instalações e utensílios; manutenção da boa qualidade da água e boas práticas de criação animal; limpeza e proteção das fontes e reservatórios de água. Condições adequadas de manuseio e transporte dos animais e a eliminação ou minimização de fatores estressantes também são formas de prevenção. Deve-se destacar ainda a importância quando da aquisição de novos exemplares que serão colocados nos tanques ou como reposição na criação, sendo a prática da quarentena uma das medidas a serem aplicadas. O uso de um período como “vazio sanitário” também deve ser aplicado quando da despesca e retirada de lotes, com seu consequente procedimento de limpeza e, obrigatoriamente, quando da ocorrência de uma doença causada por fungos.
O descarte de animais comprometidos, após seu sacrifício, deve ser feito em uma área isolada e cercada da propriedade. Os corpos destes animais devem ser incinerados ou se colocados sob terra, em um buraco, devem ser cobertos com cal virgem. Nunca devem ser reaproveitados, mesmo para alimentação animal.
Tratamento
Todo tratamento deve sempre ser acompanho por um médico veterinário. Para tal, utilizam-se sal e produtos químicos como permanganato de potássio, azul de metileno, formalina, sulfato de cobre e verde de malaquita, além de produtos desinfetantes à base de iodo e cloro, sempre em forma de banho em tanque próprio. O uso desses produtos e de medicamentos antifúngicos específicos como, por exemplo, micostatina e seus derivados, sempre devem ser levado em consideração pelo valor do animal, número de indivíduos comprometidos, doses, modo de aplicação, custos, sistema de criação, destino do animal e presença de resíduos.
Lembrar também que a qualidade geral e as características locais da água podem interferir no desempenho da ação dos produtos químicos. Outro fator importante a ser considerado é o risco da presença de resíduos químicos no organismo animal destinado à comercialização como alimento.
Atualmente, não se tem conhecimento abrangente da importância das doenças e perdas causadas por fungos na piscicultura brasileira, tanto animais de produção, como ornamentais. Quanto à ranicultura, estudos recentes estão sendo feitos visando, principalmente, conhecer a presença e extensão da doença quitridiomicose em ranários comerciais, sendo já identificada em espécies nativas. Para outros fungos, há vários relatos como informações pontuais da presença destes agentes em rãs-touro de criação comercial. Todos os relatos, porém, sem continuidade ou estudos complementares.
O Instituto Biológico, por meio do Centro de P&D de Sanidade Animal, possui forte atuação em ranicultura por meio de consultorias; de procedimentos que envolvem o manejo zootécnico, nutricional e higiênico-sanitário; de orientações sobre métodos e atividades preventivas e profiláticas, além da realização de diversos exames laboratoriais.
 

Bibliografia consultada 

Berger, L.; Speare, R. Other diseases – Fungal diseases of amphibians. Disponível em Link  Acesso em: 18 set. 2007.

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Coelho, A.C., Fontainhas-Fernandes, A., Santos, S.; Cortes, R.; Rodrigues, J. Mucormycosis due to Rhizopus sp. in fishes: first case described in Portugal. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.55, n.2, 2003. Disponível em: Link. Acesso em: 18 set. 2007.

Ferreira, C.M.; Araújo, M.V.F. Isolamento de Penicilium sp. e Candida sp. em girinos de rã-touro. In: Encontro Brasileiro de Patologistas de Organismos Aquáticos, 5., Encontro Latino-americano de Patologistas de Organismos Aquáticos, 1., 1998. Maringá. Resumos. Maringá: ABRAPOA, 1988. p.136.

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Snatural - Meio Ambiente. Peixes: doenças e parasitoses. Disponível em: Link . Acesso em: 18 set. 2007.

Origem: Instituto Biológico - www.biologico.sp.gov.br


Marcio Hipolito possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (1977), mestrado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1996) e doutorado em Biotecnologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004). É efetivo do Instituto Biológico - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de sanidade Animal. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Patologia e Controle Sanitário em Ranicultura e Organismos Aquáticos, atuando principalmente nos seguintes temas: rã-touro, Rana catesbeiana, patologia, ranicultura e sanidade de organismos aquáticos. Atualmente desenvolvendo Pós-Doutorado no Instituto de Pesca.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/7169145074780135
Contato: hipolito@biologico.sp.gov.br


Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte

Dados para citação bibliográfica(ABNT):
HIPOLITO, M.  Fungos em peixes e anfíbios: diagnóstico, prevenção e tratamento. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_2/FungosPeixes/index.htm>. Acesso em: 26/1/2010



PORQUE PREOCUPAR-SE COM A BRUCELOSE BOVINA?
 

Karina Neoob de Carvalho Castro*
Andrea Maria de Araújo Gabriel**




Quem nunca apreciou aquele leite cremoso tirado logo cedo, no curral, diretamente da vaca? E uma deliciosa fatia de queijo fresco artesanal? Irresistível, não? Porém, nosso paladar poderá nos envolver, atraindo-nos a um caminho perigoso: a brucelose.
 

Compondo o grupo das zoonoses, doenças transmitidas dos animais ao homem, a brucelose é causada por uma bactéria, que pode alojar-se dentro das células de defesa, o que dificulta seu controle. Devido à inespecificidade de sintomas, torna-se difícil o diagnóstico no homem, sendo conhecida como “Doença das mil faces”. Na fase inicial, o indivíduo enfermo pode apresentar sintomas como fraqueza, mal-estar, dores musculares e articulares, cefaléia e febre intermitente. O quadro pode evoluir e, geralmente, o tratamento é prolongado.
 

O consumidor pode contrair a brucelose, através da ingestão de leite cru e derivados, preparados com leite que não foi submetido à tratamento térmico, onde a bactéria pode persistir durante vários meses. Em diversas regiões do Brasil é comum as pessoas consumirem produtos de origem animal, que não sofreram inspeção pelos órgãos e profissionais competentes. O comércio clandestino destes produtos constitui ameaça à saúde pública.
 

Vale ressaltar que a brucelose humana é de caráter principalmente ocupacional, ou seja, o grupo de maior risco é composto pelas pessoas que lidam diretamente com os animais infectados, como veterinários, criadores e tratadores, e ainda os que trabalham com produtos de origem animal. Portanto, a manipulação de leite e derivados ou carne contaminada, também pode levar à transmissão da doença ao homem.
 

            A brucelose não é transmitida habitualmente de um ser humano a outro e, portanto, a profilaxia no homem deve ser feita pelo controle da doença nos animais. Uma das principais medidas de controle é a vacinação, obrigatória em todas as fêmeas bovinas e bubalinas de 3 a 8 meses de idade, sendo utilizada a vacina B19. Sem o certificado de vacinação, as fêmeas não podem participar de leilões e demais eventos.
 

Outra importante forma de controle da brucelose bovina é a eliminação dos animais reagentes positivos aos testes sorológicos. Estes exames diagnósticos devem ser realizados por médico veterinário habilitado, sempre que forem adquiridas fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, vacinadas entre três e oito meses de idade, e em fêmeas não vacinadas e machos com idade igual ou superior a oito meses. Muitas vezes, a introdução da brucelose no rebanho faz-se a partir da compra de bovinos aparentemente sãos que, no entanto, estão infectados pela bactéria Brucella abortus. A emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA) fica condicionada à apresentação de atestados de exames negativos para brucelose.
 

A brucelose bovina encontra-se disseminada por todo o território nacional, sendo uma das principais causas de aborto em vacas. Animais sexualmente maduros, especialmente vacas prenhes, são mais suscetíveis à infecção, porém touros também adquirem a doença, podendo desenvolver inflamação dos testículos. Quanto aos bezerros, aqueles que não adquirem a doença via intra-uterina, ao ingerir leite de vacas brucélicas, poderão infectar-se. Estes animais só manifestarão sintomas de brucelose na fase da maturidade sexual, parecendo, até então, animais saudáveis, porém tornar-se-ão fontes de infecção para o rebanho.
 

Animais com brucelose podem parecer saudáveis mesmo sendo fonte de infecção para o rebanho

A infecção por B. abortus em bovinos ocorre principalmente pela ingestão de alimentos e água contaminados com produtos de aborto, como fetos, descargas uterinas e restos placentários. Nas vacas brucélicas a primeira, e muitas vezes, a segunda gestação terminam em aborto, sendo eliminadas as bactérias junto à placenta, contaminando os pastos e consequentemente, os animais do rebanho. As gestações seguintes normalmente ocorrem sem grandes problemas, aparentando que o animal está curado ou, ainda, que ocorreu apenas algum problema de menor importância na prenhez anterior. Porém, apesar de não apresentar sinais clínicos, estas vacas continuam eliminando bactérias e contaminando o ambiente.
 

            A brucelose bovina tem importância sócio-econômica e de saúde pública para o Brasil, podendo determinar consequências significativas para o comércio internacional de animais e seus produtos. Somente em 2004, no Brasil, foram diagnosticados 81.298 casos. Estima-se que esta enfermidade leve a redução de 20 a 25 % na produção leiteira, devido aos abortos, mortalidade de bezerros e demais problemas de fertilidade, determinando assim, importantes prejuízos econômicos à pecuária nacional.
 

O leite é um dos alimentos mais completos, devendo ter garantia de qualidade para segurança do consumidor. Uma das medidas mais importantes para assegurar a qualidade dos produtos de origem animal é a educação sanitária, pois visa a conscientização dos diversos profissionais envolvidos neste setor, bem como da população consumidora.


Karina Neoob de Carvalho Castro é Pesquisadora da Embrapa da Agropecuária Oeste (Dourados, MS)

**Andrea Maria de Araújo Gabriel é médica veterinária, doutora em Reprodução Animal, professora da Universidade Federal da Grande Dourados


Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte

Dados para citação bibliográfica(ABNT):
CASTRO, K.N.C.; GABRIEL, A.M.A.  Porque preocupar-se com a brucelose bovina?. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/Brucelose/index.htm>. Acesso em: 26/1/2010


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