quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Está provado que os esteróis e os estanóis vegetais reduzem o colesterol



É sabido, há quase 50 anos, que os esteróis e estanóis vegetais, também chamados de fitoesteróis e fitoestanóis, baixam os níveis de colesterol no sangue, por inibirem parcialmente a absorção intestinal de colesterol. Hoje em dia, estes compostos estão disponíveis, numa variada gama de produtos alimentares, para os consumidores que desejam diminuir os seus níveis de colesterol sanguíneo.
Os esteróis e estanóis vegetais apresentam uma estrutura muito semelhante à do colesterol. Os esteróis podem ser encontrados naturalmente e em pequenas quantidades em muitas frutas, legumes, frutos secos, sementes, leguminosas, óleos vegetais, entre outros, sendo um constituinte essencial das membranas celulares. Por sua vez, os estanóis podem ser encontrados em quantidades menores ainda, em muitas das mesmas fontes, contudo, são passíveis de ser obtidos, para utilização comercial, a partir da hidrogenação dos esteróis vegetais. As pessoas que seguem uma alimentação tipicamente ocidental, consomem diariamente, cerca de 20-50mg de esteróis, e, 150-400mg de estanóis. Com estes níveis tão baixos, não são verificados efeitos significativos, do ponto de vista clínico, sobre a absorção de colesterol.
 
O efeito benéfico dos esteróis e estanóis na redução dos níveis de colesterol sanguíneo
 
A relação existente entre os níveis elevados de colesterol sanguíneo, em particular do colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade), e o aumento do risco de doenças cardiovasculares está bem demonstrada. É possível reduzir os valores de colesterol assim como o risco cardiovascular através de uma dieta saudável e equilibrada (com pouca gordura saturada e colesterol, com níveis optimizados de ácidos gordos polinsaturados ómega 3 e ómega 6, rica em frutas e vegetais) e mantendo-se fisicamente activo.
 
Numerosos ensaios clínicos demonstram que os esteróis e estanóis vegetais reduzem o colesterol total e o LDL, ao inibirem parcialmente a sua absorção. Demonstram ainda que o seu efeito é comparável ao conseguido através de outras estratégias, como a alimentação pobre em gorduras e/ou utilização de fármacos que reduzem o colesterol, como as estatinas.
 
Estudos revelam que o consumo de 1-3g de esteróis e estanóis vegetais por dia é capaz de reduzir o colesterol sanguíneo, contudo não foram conseguidas reduções adicionais com consumos superiores a 3g. O consumo diário de 2g destes compostos resulta normalmente numa redução do colesterol LDL em 10% do seu valor. Quando combinado este consumo com uma dieta saudável, pobre em gordura saturada, pode atingir-se uma redução na ordem dos 15%. Com base em dados epidemiológicos, é estimada que uma redução de cerca de 10% no colesterol LDL pode resultar numa diminuição de 20% no risco de doença coronária.
 
Segurança
 
A segurança dos esteróis e dos estanóis vegetais foi confirmada através de um programa exaustivo de avaliação (e aprovação de esteróis vegetais na categoria de novos alimentos), assim como através da sua utilização segura, desde 1999, em vários países europeus.
 
No entanto, o consumo diário de 2-3g de esteróis e estanóis por períodos que podem ir de um a doze meses, pode resultar numa redução moderada dos níveis de carotenóides plasmáticos, podendo contudo esta tendência ser prevenida pela adopção de uma dieta que inclua as cinco porções de frutas e vegetais recomendadas, ricas em carotenóides (por exemplo, frutas e vegetais verdes escuros, amarelos e laranjas).
 
Regulamentação e rotulagem destes produtos
 
Dado que o consumo de valores superiores a 3g por dia não resulta em benefícios adicionais que se traduzam numa diminuição do colesterol sanguíneo, e podendo inclusive baixar os níveis de beta-carotenos no sangue, o Comité Cientifico da Alimentação concorda que é preferível evitar consumos que excedam esta quantidade. Por conseguinte, a Comissão Europeia autorizou a adição de esteróis e estanóis vegetais a uma gama de alimentos (como cremes para barrar, molhos para salada, leites, leites fermentados, iogurtes e queijos, bebidas de soja e molhos picantes), desde que estejam apresentadas de tal forma que possam facilmente ser divididas em porções que não excedam um máximo de 3 gramas (quando é consumida uma porção por dia) ou 1 grama (quando são consumidas 3 porções por dia).
 
A regulamentos da Comissão para a rotulagem especificam que para cada produto deve ser indicado claramente a presença de esteróis e/ou estanóis vegetais, assim como uma série de considerações que atestem a sua finalidade de utilização (por exemplo, “indicado exclusivamente para pessoas que pretendem reduzir os seus níveis de colesterol sanguíneo”, “pessoas medicadas com substâncias para baixar o colesterol, apenas devem consumir o produto sob indicação médica”; “o produto pode não ser nutricionalmente indicado para mulheres grávidas ou a amamentar, assim como para crianças com idade inferior a 5 anos”).
 
Referências
  1. De Jong, Plat, J and Mensink, RP (2003) Metabolic effects of plant sterols and stanols (review). Journal of Nutritional Biochemistry, 14:362-9
  2. European Commission (2002) General view of the Scientific Committee on Food on the long-term effects of the intake of elevated levels of phytosterols from multiple dietary sources, with particular attention to the effects of beta-carotene
  3. Katan, MB, Grundy, SM, Jones P et al (2003) Efficacy and safety of plant stanols and sterols in the management of blood cholesterol levels. Mayo Clinic Proceedings, 78:965-78
  4. Law, M (2000) Plant sterol and stanol margarines and health. Lancet 320:861-4
FOOD TODAY 09/2005

Fonte: EUFIC

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Luis Guerreiro
* Integrando a equipe de preparação dos vários Detoxes de Tony Samara - Portugal - 2009
* Consultor de Alimentação Viva do Spa Natural Alma Verde - Foz do Iguaçu-PR - Junho, Julho 2008.
* Apresentação de pratos vivos - 23º Congresso Internacional de Educação Física - FIEP 2008 - Foz do Iguaçu/PR
* Consultor e Árbitro da FDAP - Federação de Desportos Aquáticos do Paraná - Novembro de 2007 a Maio 2008 - Foz do Iguaçu-PR
* Criação do Instituto IDEIAS - Foz do Iguaçu - Outubro de 2007.
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Aula introdutória sobre alimentação e Nutrição para participantes do curso de Ecovilas e administração junto a uma equipe, dos serviços de alimentação fornecidos durante os sete dias de curso. Início: Outubro de 2007.
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* Palestras de educação Nutriconal e Administração dos Serviços de Alimentação.
IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. Pirenópolis. Goiás.
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