segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A culpa não é dos PORCOS


O vírus da gripe (influenza) tem 80 milhões de anos. A sua principal característica é a espantosa capacidade de mudar tão logo o organismo crie anticorpos. Em épocas pré-históricas, a gripe já atacava pequenos roedores, passando depois para mosquitos e carrapatos. Esses animais se tornaram imunes, mas o vírus seguiu se reproduzindo e se adaptando às mudanças climáticas do planeta.

Os virus são uma praga para animais e pessoas, e a coisa fica difícil quando começa a passar de uns para os outros, e, pior ainda, quando começa a se transmitir de pessoa para pessoa. Aí, "o bicho pega"!

No passado, "pegava" com mais facilidade, porque não se sabia como se pegava... A assim chamada "gripe espanhola", a mais famosa pandemia da era moderna, causou uma devastação gigantesca há menos de um século atrás, exatamente porque AINDA não se sabia como ela se transmitia. Na verdade, só em 1933, o virus da gripe foi isolado em laboratório, e, mesmo assim não foi o da "espanhola". Este só conseguiu ser isolado em 1951, a partir de tecidos obtidos de necrópsias das vítimas daquela época. E, como a curiosidade matou o gato... em 2002 um cientista americano acabou por reproduzir em laboratório o virus da pandemia de 1918 - e este não se fez de rogado, mostrou-se mais virulento que todos os demais, e devastou os animais do laboratório!

Esse feito - a "ressurreição" do vírus - não teve aceitação unânime da comunidade científica, pois muitos achavam que essa "brincadeira de Deus" ia acabar "libertando o Demônio"... Provavelmente, os mesmos americanos que reproduziram o virus iam criar um caso danado, caso o feito científico tivesse saido de um laboratório russo, chinês, iraniano, coreano do norte... aí seria bioterrorismo, claro!

Um experimento desses é perigoso, é verdade, mas no mínimo demonstra saber. E então, sabendo tanto quanto se sabe hoje em dia, como é que "o bicho ainda pega"?!

O blog Canibais e Reis, em um post intitulado Alimentação em tempos de gripe, publicou uns videos que reproduzo abaixo, e que falam por si só - e falam em Português bem brasileiro: são videos produzidos pela Universidade de Brasília, onde especialistas discutem (com muita clareza) como o modus operandi da criação de animais para consumo humano em doses industriais é um dos principais focos de doenças contagiosas.





(...tempo para ver os videos...)

Ora... todos ouviram bem: essa pandemia era uma "crônica anunciada"...!

Uma pequena série de filmes, intitulada The Meatrix, produzida por grupos de criação independente e orgânica de animais e derivados dos Estados Unidos, já anunciava esse risco - eu diria mesmo essa evidência.



Conforme se pode ver na animação, desde meados do século XX, grandes corporações agrícolas começaram a modificar a agricultura, até então sustentável, para maximizar seus lucros. Nesse sistema industrial, os animais são literalmente empilhados e/ou armazenados o mais perto possível uns dos outros para ganhar espaço e tempo. A maioria nunca vê a luz do dia, não consegue deitar-se no chão e nem são expostos ao ar livre, contrariando a sua natureza. Muitos não conseguem sequer mover-se. Essas condições cruéis causam fraqueza e doenças entre os animais, difíceis de serem detectadas a tempo de evitar que se espalhe por todo o contingente e posteriormente ameace os seres humanos.

Para contornar esse problema, as empresas criadoras fazem a adição de doses constantes de antibióticos e outros medicamentos na ração dos animais, o que gera a reprodução de espécies superresistentes de germes que causam doenças. Primeiramente essas doenças se disseminam entre os animais, depois passam para o homem, e finalmente o contágio se dá de pessoa para pessoa. É ou não é uma "boa receita" para epidemias como a que estamos vendo agora e que já vimos outras vezes no último século? A origem é sempre a mesma, ao que parece...

Nessas criações industrializadas, a ração oferecida é uma mistura de grãos, restos de carne e sangue dos próprios animais abatidos (este último, há quem diga, foi o que deu origem à doença da vaca louca) - uma alimentação inadequada ao organismo desses animais. Além disso, e dos antibióticos, é também feito o uso de hormônios estimulantes do crescimento, que felizmente alguns países desenvolvidos já baniram - como o Canadá e alguns membros da União Européia. Podiam servir de bons exemplos!

Esse tratamento alimentar e químico dos animais, totalmente artificial, desumano e absurdo, gera carne, ovos, leite e derivados de composição nociva ao ser humano, gerando uma série de doenças da moderna civilização ocidental.

Por essa razão, somos sempre aconselhados a não consumirmos as gorduras animais, porque é justamente nelas que se acumulam essa porcariada que é dada aos animais como alimento - ou seja, o que faz mal não é comer os produtos animais, mas comer produtos animais cuja origem é a produção (não criação...) industrializada sem escrúpulos.

Felizmente, as pessoas já começam a questionar de onde vem a comida que estão comendo e estão começando a comprar produtos de origem animal mais saudáveis e sustentáveis - ou seja orgânicos.

Carne orgânica? Frango orgânico? Ovos orgânicos? Leite e derivados orgânicos?...

É... produtos de origem animal também podem ser orgânicos. O cuidado exigido na pecuária orgânica é bem diferente da pecuária convencional, pois produz um alimento livre de agrotóxicos e hormônios sintéticos, além de proporcionar qualidade de vida aos animais, que são criados em liberdade, alimentados apenas pelo pasto ou feno (sem agrotóxicos) e alimentos próprios à espécie - como acontece em pequenas fazendas - e tratados apenas com homeopatia.

As formas de abate também são mais adequadas. O meio de transporte deve ser o mais adequado possível, deve ser equilibradamente ventilado, não pode ser escorregadio e todas as situações causadoras de stress deverão ser minimizadas. As distâncias da propriedade ao abatedouro devem ser as menores possíveis.

O uso de dióxido de carbono é proibido. O uso de estímulos elétricos para condução animal é proibido, assim como métodos de abate lentos e ritualísticos. Não deverão ser administrados tranqüilizantes ou estimulantes sintetizados quimicamente, antes ou durante o transporte. O uso de bastões elétricos e instrumentos do gênero são proibidos. Os animais devem ser insensibilizados antes do abate e de tal forma a não sofrer stress antes da insensibilização. Os animais vivos não deverão ter contato com os animais abatidos em nenhum ponto do trajeto.

Parece utopia? Mas isso não é uma fábula, já existe em muitos países, e até mesmo no Brasil - o que acabam de ler foi retirado deste guia e deste outro, ambos referentes ao sistema orgânico de produção de carne bovina.

Além de se evitar a disseminação de doenças contagiosas advindas das condições da criação, a carne, ovos, leite e derivados de animais criados organicamente, têm uma composição diferente, são mais saudáveis, e as restrições normalmente recomendadas em relação a esses produtos não se aplicam quando os animais são procedentes de criadouros orgânicos. A gordura desses animais, ao contrário da dos animais criados de foma industrializada é uma gordura saudável. Os mais "antigos", talvez ainda se lembrem do tempo em que se conservava as carnes na gordura de porco - e os índices de doenças como o câncer ou doenças coronarianas não era maior nessa época, talvez até pelo contrário!

Resumindo, por agora... essa gripe chegou, vai ficar por uns tempos, vai enriquecer uns e matar outros - e o melhor a fazer agora é tentar escapar dela. É bom sabermos, no entanto, que outras piores poderão aparecer se nada for mudado. Se quisermos contribuir para minimizar os riscos de novas epidemias "asiáticas" e "mexicanas", o melhor que temos a fazer é procurar consumir produtos animais orgânicos - além dos vegetais, claro. Dessa forma, obteremos uma alimentação adequada e saudável, e evitaremos - quem sabe? - novas epidemias porcinas. Mas que se tenha bem claro na mente: a culpa não é dos animais, mas do (sempre ele...) HOMEM.

Coma produtos orgânicos (vegetais e animais), coma produtos da estação, coma produtos de produtores locais e evite as grandes marcas - quanto maior a marca, maior o estrago... o comodismo custa caro, e somos todos responsáveis.

Vale a pena saber mais!
A fúria da Gripe Espanhola
Grandes epidemias de Gripe
The swine flu crisis lays bare the meat industry's monstrous power
Considerações sobre a pecuária orgânica
Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos
Associação Brasileira de Pecuária Orgânica
Splendor of Grass
Learn more: grass-fed
Eat Wild

Fonte: http://enzimato.blogspot.com/2009/08/culpa-nao-e-dos-porcos.html

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Luis Guerreiro
* Integrando a equipe de preparação dos vários Detoxes de Tony Samara - Portugal - 2009
* Consultor de Alimentação Viva do Spa Natural Alma Verde - Foz do Iguaçu-PR - Junho, Julho 2008.
* Apresentação de pratos vivos - 23º Congresso Internacional de Educação Física - FIEP 2008 - Foz do Iguaçu/PR
* Consultor e Árbitro da FDAP - Federação de Desportos Aquáticos do Paraná - Novembro de 2007 a Maio 2008 - Foz do Iguaçu-PR
* Criação do Instituto IDEIAS - Foz do Iguaçu - Outubro de 2007.
* Palestras de educação Nutriconal e Administração dos Serviços de Alimentação. - IPEC. Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. Pirenópolis. Goiás.
Aula introdutória sobre alimentação e Nutrição para participantes do curso de Ecovilas e administração junto a uma equipe, dos serviços de alimentação fornecidos durante os sete dias de curso. Início: Outubro de 2007.
* Curso de Alimentação Viva- Restaurante Girassol - Ros Ellis Moraes (nutricionista) e Jacqueline Stefânia (nutricionista) - Agosto de 2007 - Brasilia-DF
* Palestras de educação Nutriconal e Administração dos Serviços de Alimentação.
IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. Pirenópolis. Goiás.
Actuação: Aula introdutória sobre alimentação e Nutrição para participantes do curso do SEBRAE e administração junto a uma equipe, dos serviços de alimentação fornecidos durante os sete dias de curso - Agosto de 2007. Com Jacqueline Stefânia (nutricionista)
* Administração dos Serviços de Alimentação.
IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. Pirenópolis. Goiás.
Atuação: Curso Bioconstruindo - administração junto a uma equipe, dos serviços de alimentação fornecidos durante os dias de curso.
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